29 abril 2011

Furiosa como Jonas

Quem me conhece sabe como gosto de milho verde na espiga, quentinha, lambuzada na manteiga e um pouquinho de sal e pimenta do reino. Quem me conhece sabe também como gosto de mexer com a terra, vasos e plantas. 

Temos um pequeno quintal nos fundos da casa e, pensando no milho, semeei um pacotinho. As sementes germinaram, soltaram as primeiras folhinhas e foram crescendo. Arranquei o mato que surgia, aguei quando necessário, rearrumei a terra em volta de cada pé e enxotava os gatos para não mastigarem as folhinhas novas...

Mais tarde apareceram as flores - aquela parte de cima - que as abelhas visitavam diariamente. Depois, vi surgirem as pequenas espigas, com os "cabelinhos" saindo da ponta. Acompanhei quase que diariamente o crescimento do meu "milharal"!

Um belo dia fui examinar mais de perto e vi que algo estava errado. Descobri que as espigas, ainda novas, estavam cobertas de insetos: "joaninhas", "maria-fedidas", uns outros pretinhos e, pior: lagartas na parte de cima delas!

Fui de espiga em espiga, retirando os insetos invasores que não tinham permissão para atacar o meu milho! Quiz falar palavrão, xingar. Fiquei furiosa. Esmaguei com prazer aquelas lagartas. Depois gastei um tubo de veneno spray contra os demais insetos.

Enquanto isso tudo acontecia, lembrei-me de outra pessoa que ficou furiosa com um "verme" que havia estragado uma planta: Jonas. Eu havia ficado quase tão furiosa quanto ele! Claro, não pedi para morrer... mas entendi porque se sentiu irado e até lhe dei razão! Contudo, Deus quiz ensinar uma lição a Jonas através daquele incidente. Jonas teve compaixão daquela planta, mas não se importava nem um pouco com os habitantes de Nínive.

Em Jonas 4:11 Deus diz: "... e não hei eu de ter compaixão da grande cidade de Nínive em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?". Ouvi certa vez um pregador dizer que essas 120 mil pessoas poderiam ser crianças, já que não sabiam a diferença entre uma mão e outra, mas isso não vem ao caso. O importante é que Deus queria salvar os habitantes daquela cidade.

Ainda não descobri a lição por trás dos insetos no meu milho... mas sei que, na próxima vez, talvez procure orientação ou use algum produto, por mais que não queira usar "agrotóxico". 

Vivemos em um mundo doente, cheio de pragas e lagartas que atacam nossa vida espiritual e ferem nossas emoções. Se não batalharmos para combatê-las não vamos crescer e nunca chegaremos a uma boa colheita.

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