28 junho 2011

Um livro no qual perdi o interesse

Terminei de ler um livro na semana que passou. Ótimo título e a história, verídica, começou de forma bastante interessante.

A moça bonita casa-se com o cara perfeito. Ambos cristãos.  Poucos anos depois de casados e com duas crianças, as coisas estão longe de serem perfeitas e o sonho torna-se um pesadelo. Ela é um desastre como dona de casa, só faz bagunça, detesta limpar e não sabe cozinhar. Ela e o marido brigam por tudo e por nada (ele é o "Mister Perfeito" que faz tudo certinho e mantém tudo em seus devidos lugares). Como mãe é outro desastre, pois nunca tem paciência com os filhos e as gritarias são constantes. A mulher entra em depressão e alimenta pensamentos de suicídio.

No dia em que finalmente decide executar o plano e acaba de pegar uma lâmina nova de gilete para cortar os pulsos, o telefone toca. E toca, e toca e toca ... até que ela, bastante contrariada, decide atender. No outro lado da linha um pastor conhecido cita-lhe alguns versículos da Bíblia, sem mesmo saber do que estava acontecendo. A jovem senhora depois corre para a sala e ali mesmo tem um encontro com Deus.

Quando termina de orar, uma  transformação radical havia acontecido. De repente sente uma enorme vontade de ir para a cozinha e preparar um delicioso jantar para o marido e os filhos. Em duas horas ela faz uma faxina completa na cozinha! Prepara o jantar (que saiu perfeito) e espera ansiosa a volta do marido. Agora decide ser a esposa e a mãe que não havia sido até então.

Mas o milagre não pára aqui. Quando o marido chega, ela olha para ele como se ele estivesse mais alto e mais lindo, como se estivesse olhando para um deus da mitologia grega! Aí, do nada, ele lhe diz que havia decidido tornar-se um cristão de verdade! Daí para a frente as coisas mudam da água para o vinho e tudo fica perfeito... Já viu alguma história assim? Enquanto lia, eu pensava, "Bom demais para ser verdade... Não se parece nada com a nossa vidinha comum."

É certo que Deus pode e realiza milagres na vida das pessoas, mas não sei porque perdi o interesse no livro. Diante de certas situações, sou tentada a pensar como uma amiga minha que, com toda sinceridade, disse: "Deus não faz mais milagres como fazia antigamente". Ou então, se Ele realiza mudanças radicais de vida, de carater e personalidade, por que é que para alguns é em questão de horas e para outros as mudanças nunca chegam? Cristãos verdadeiros e sinceros continuam pedindo, buscando e se entregando, ano após ano, pedindo mudanças na própria vida, sem obterem resultados, sem chegarem a lugar algum.

São questões que me passam pela cabeça. Se você tiver a resposta, pode me escrever...

16 junho 2011

Bolo Gelado de Laranja

Consegui esta receita através de uma amiga.

Eu: Ai, que delícia! Vou precisar experimentar essa receita. Já estou c/ água na boca... (pena que agora não tenho laranjas em casa, senão, já ia pra cozinha! rsrsrs). 
ElaAproveita e me mande um pedaço, ok? ...
Eu:  Então quer dizer que vc ainda não experimentou a receita? 
ElaClaro que não! Estou esperando que uma amiga santa o faça e me mande um pedaço!!!!!! 
Eu: rs--  então não será eu, porque, de santa, não tenho nada! ( mas, se fizer, vou ver se te guardo um pedaço, ta?)

Com todos os ingredientes comprados, fiz o bolo. Sucesso.
Uma primeira tentativa de entregar alguns pedaços à minha amiga não deu certo. Na segunda tentativa, passei em sua casa mas não havia ninguém. Ao invés de voltar com o bolo, coloquei o pacote através das grades do portão e o empurrei para dentro até onde meu braço permitia...  O bolo havia sido "entregue"!

Para ter certeza de que o pacote havia sido encontrado, telefonei-lhe um pouco mais tarde. Ela não o havia visto! Mas, tudo acabou bem -- o bolo foi encontrado e, com o frio que estava fazendo, foi como se nem tivesse saído da geladeira! ha!
Moral da estória: Promessa é dívida, mas é bom telefonar ANTES!  (Esse tropeção eu poderia ter evitado...)


Bolo Gelado de Laranja:

Massa
2 xícaras de chá de açúcar
4 ovos inteiros
1/2 xícara de chá de óleo (soja, canola, ou outro)
1 xícara de chá de suco de laranja
3 xícaras de chá de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento em pó para bolo

Calda
1 e 1/2 xícara de leite condensado
1 xícara de suco de laranja

Cobertura
côco ralado (1 ou 2 pacotes)

Bata o açúcar com os ovos.
Adicione o óleo, o suco de laranja e a farinha. Misture bem.
Por fim, coloque o fermento em pó e misture. 
Asse-o em forno pré-aquecido a 180 graus C, em forma retangular untada e enfarinhada, por 25-30 minutos. Depois de assado, fure-o várias vezes com um garfo e coloque por cima dele uma parte da calda feita com o leite condensado e suco de laranja (apenas misturados).
Leve o bolo à geladeira por 3 horas. 
Retire-o da geladeira, corte-o em pedaços, molhe cada pedaço na calda que restou e depois em côco ralado.

O vídeo para esta receita pode ser encontrado aqui.

14 junho 2011

Top Model


Mea culpa… mea maxima culpa!
De batom e maquiagem sorri para a câmera sob diversos ângulos. Já usei óculos de sol. Fotografei com flash e sem flash. De dia e de noite. Até peruca já coloquei para incrementar o look! Quem não gosta de sair bem em uma foto?

Não é difícil isso tudo virar paixão, ainda mais com as câmeras digitais e os aparelhos celulares que fotografam. Não é mais necessário planejar as fotos antes que o rolo de filme se acabe, nem mais se preocupar com o flash! Maravilhas das maravilhas!

Essa paixão, na verdade, não é pela câmera... mas por nós mesmas.  Basta surfar um pouquinho pelos sites de relacionamento. As fotos saltam diante dos olhos, assim como os comentários: lindaaaaa!!!!, arrasou!, que gata!, Mulherão! e outros mais. As poses imitam as de top model

 Não há quase diferença entre o cristão e o não cristão. Em certas fotos as roupas são poucas e maior a exposição do corpo.  O desejo de ser atraente é mais que visível. Os olhos são bem delineados e os lábios, com camadas generosas de batom, fazem “biquinho”... Do quarto ou do banheiro, dentro ou fora de casa, a sós ou entre amigos, as fotos se sucedem. Embalamos em uma descida desenfreada, na enxurrada do mundo.

Somos assim levadas a cultuar a própria imagem, flertando com a  idolatria. Super alimentando o nosso ego, chegaremos a uma inevitável obesidade mórbida... e assim contagiadas por essa febre de top model, nos autopromovemos e fazemos divulgação de nossa imagem pela internet (e não apenas de nós mesmas, como também a de nossas crianças). 

Quem nos garante que somente nossos amigos podem ver as informações e fotos? Por que tão facilmente oferecemos livre acesso à nossa vida, nossos familiares, nossos lares e nossa privacidade a pessoas que nem sempre conhecemos? Preciso pensar e considerar todas as coisas, especialmente à luz das Escrituras.

Paulo disse: "Porque pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo, além do que convém, antes, pense com moderação... " (Romanos 12:3) e "Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam." (I Cor. 10:23) 

Pedro nos diz para não vivermos de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus (I Pedro 4:2).
João escreveu: "Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupisciência da carne, a concupisciência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo." (I João 2:15-16)

Sim, também sou culpada, mas quero fazer o que é certo.
Senhor, sonda o meu coração e meus motivos. Ajuda-me a não entristecer o teu Espírito.

06 junho 2011

Faces da mesma dor


Sábado de madrugada, antes de o dia começar a clarear, ouvi o telefone tocando. Talvez fosse engano. Minha vontade era de deixá-lo tocar até que parasse. Consegui sair da cama e, no escuro, chegar até o escritório. Quando o telefone toca no meio da noite, jamais se espera boa notícia...

Um acidente automobilístico resultou em três mortes e dois hospitalizados. Jovens da igreja voltavam, de madrugada, de uma reunião de oração. Um dos carros perdeu o controle em uma interligação na rodovia, capotando várias vezes. Será que eu estava mesmo acordada?

Os acontecimentos rapidamente se desencadearam...

Noite fria de sábado, três caixões, lado a lado, na mesma sala do velório: 19, 15 e 14 anos de idade. Foi então que vi, pela primeira vez, as mães daqueles rapazes. Mesmo com toda angústia e tristeza estampadas naqueles rostos, só me foi possível imaginar a dor pela qual passavam.

Pensei em Maria, sentindo a mesma dor, ao ver seu filho morrendo na cruz. Ali, naquela hora, ele importou-se com ela e a entregou aos cuidados de seu amigo e discípulo, João. Jesus, sendo Deus e homem (filho), com certeza sabia tudo que se passava no coração daquela mãe. Entendeu seu sofrimento, sua angústia, sua dor.

No livro de Hebreus, o escritor fala sobre Jesus: "Por isso mesmo convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote ... Pois naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados." (Heb. 2:17-18) "Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, antes foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado." (Heb. 5:15) Se Jesus tornou-se semelhante aos irmãos e se compadece de nossas fraquezas, só posso pensar que ele entende todas as emoções humanas. 

Senhor, assim como fizeste com Maria, envie consolo para aqueles corações. Seja o Senhor mesmo, para aquelas mães, o conforto, o amparo e a esperança, não só agora como também em dias futuros, sempre que as lembranças voltarem e trouxerem consigo a carga de tantas emoções.


05 junho 2011

Síndrome de Zaqueu

No capítulo 19 do evangelho de Lucas, encontramos a estória de Zaqueu, um publicano de baixa estatura que, impossibilitado de ver Jesus, correu adiante da multidão, subiu em uma árvore e ali esperou para vê-lo passar.


Sua estória ficou bastante conhecida graças aos cânticos infantis. Quem já não cantou, quando criança, na Escola Dominical ou Escola Bíblica de Férias o corinho:


Zaqueu, pequeno como um anão,
queria ver Jesus.
Subiu, pois, numa árvora tal
que pudesse vê-lo passar.
O Salvador, passando, o viu
e então assim falou:
"Zaqueu, desce depressa, 
pois em tua casa vou pousar".



Certa vez, uma de minhas irmãs pediu à sua netinha, com então 3 aninhos, que cantasse "a música do Zaqueu". Esperando ouvir as palavras acima, qual não foi minha surpresa quando ela começou: "Como Zaqueu eu quero subir o mais alto que eu puder..." É. Os tempos são outros... e a pequena cantou com muita graça!

Essa música tornou-se um hit nas "paradas de sucesso da música gospel", sendo uma das mais cantadas nas igrejas evangélicas. Sem dúvida, toca em muitos corações e, geralmente, levados pelas emoções, deixamos de lado a razão e falhamos em não analisar algumas coisas.

Como Zaqueu eu quero subir
O mais alto que eu puder
Só pra Te ver, olhar para Ti
E chamar Sua atenção para mim

Eu preciso de Ti Senhor
Eu preciso de Ti, oh Pai
Sou pequeno demais
Me dá Tua paz
Largo tudo pra Te seguir
Entra na minha casa
Entra na minha vida
Mexe com minha estrutura
Sara todas as feridas
Me ensina a ter santidade
Quero amar somente a Ti
Porque o Senhor é meu bem maior
Faz um milagre em mim

Compare essas duas letras. A primeira simplesmente relata o acontecimento bíblico. A segunda conta algo do ponto de vista de Zaqueu, mas adiciona-se palavras, sentimentos e pensamentos que não existem no relato bíblico. Além disso, tudo gira em torno do "EU".

Será que Zaqueu, quando subiu na árvore, realmente buscava o Senhor, queria chamar-lhe a atenção e deixar tudo para segui-lo? Não é isso que Lucas nos relata. Zaqueu, na verdade, subira na árvore de pura curiosidade! Foi Jesus quem chamou a atenção de Zaqueu e não o inverso. Foi Jesus quem olhou para Zaqueu e lhe disse: Desce daí depressa porque hoje vou ficar na tua casa.

Não, como Zaqueu, não precisamos subir. Precisamos descer! Precisamos descer da árvore e assumir um compromisso sério com Deus e com nossa vida cristã. Precisamos parar com essa estória de
  
eu          meu 
me
mim             pra mim.
  
Zaqueu subiu. Jesus lhe disse para descer... 
Por que é que se associa a ideia de que para estar mais perto de Deus é necessário subir, quando Deus está em todos os lugares, até mesmo no mais profundo abismo?


Para onde me ausentarei do teu espírito?
Para onde fugirei da tua face?
Se subo aos céus, lá estás;
se faço a minha cama no mais profundo abismo,
lá estás também;
...
(Salmo 139:7-8)

Por que será que cristãos sinceros acham necessário chamar a atenção de Deus subindo em um monte, gritando e orando em voz alta, como se nosso Deus dormisse e precisasse ser despertado do sono?

Se já recebemos perdão, salvação e vida eterna através de Cristo e temos o Espírito Santo, por que pedir, vez após vez, que Deus faça um milagre em nós (sempre que se canta a música), quando na verdade deveríamos agradecer-lhe por tudo aquilo que já fêz?

São coisas para se pensar pois, conscientes ou não, e com toda  sinceridade, alguns podem estar sofrendo da Síndrome de Zaqueu.



01 junho 2011

Bisneta de peixe...


Estamos em fase de acabamento de um tão esperado armário (walk-in-closet*), em formato de "U", em nosso quarto, para abrigar roupas que ainda se encontram em caixas, baús e armários embutidos dos outros dormitórios. Com o orçamento sempre apertado, decidimos nós mesmos construí-lo. Temos um trato que vem de longa data, desde que morávamos na África: meu marido contrói e eu dou o acabamento.

Geralmente nos dedicando aos sábados, sem algum outro compromisso agendado, a bagunça era feita. Material comprado, aos poucos os módulos foram surgindo. Decidi escurecer a madeira, usando um verniz fosco. Algumas demãos puderam ser dadas antes da montagem final do armário.

O desafio maior veio com os módulos fixos em seus devidos lugares: algumas demãos do verniz eram necessárias para o acabamento. O cheiro de tinta, verniz e solvente não me incomoda mas causa dores de cabeça em meu marido. Sempre gostei de mexer com pintura, talvez pelo fato de ser neta de pintor (assim gosto de pensar!). Meu avô materno pintava a casa dos outros, como profissão.

armário
o
para
olhei
ao teto
Do assoalho

Seria necessário usar a escada, até o último degrau... mas isso também não seria problema para uma bisneta de trapezista de circo (minha bisavó materna)! Assim me preparei psicologicamente.
 
Filho de peixe, peixinho é. Creio que neto, bisneto e assim por diante também, mas não sei até que ponto ser bisneta de trapezista ajudou-me nesta façanha! Com muito cuidado e, confesso, medo de cair da escada, as últimas demãos foram dadas. Ufa! Tarefa cumprida. Valeu a pena.

Agradeço a Deus por ter acabado o trabalho sem qualquer incidente ou queda. Com certeza, de cima daquela escada, meus torpedos pedindo proteção chegaram até Ele e foram ouvidos!





(*) closet - pronunciado "cló-zet"